Sistema Educativo mata criatividade- partes 1 e 2

Disneyland Paris - 5 dias de aventura

Já voltámos! Cansados comó caneco...
Mesmo no último dia ainda descobrimos coisas novas. É incrível!

Estrelas

Os meus filhotes participaram no concurso "Panda vai à escola" com este videozinho".
Ficaram no honroso 2º lugar. Ora vejam!

Porque raio não suporta esta música a minha filha?

Geração Wrestling

Se em tempos fomos apelidados de “geração rasca“, hoje posso afirmar, com toda a certeza, que nos encontramos perante a “geração Wrestling”. Enquanto me vou lembrando dos jogos e conversas do meu tempo de estudante, observo atentamente o recreio da escola onde hoje ensino e deparo-me com actos de violência gratuitos.

Nem vale a pena intervir. Das poucas vezes que o fiz, obtive sempre a mesma resposta - estamos a brincar, setora!

No início falei com uma das minhas turmas com o intuito de os motivar a trazerem cordas ou elásticos para as brincadeiras o que resultou em dois ou três dias ocupados. Sem motivação, lá foram deixando de trazer o que quer que fosse à excepção da bola (a mais intemporal de todas as brincadeiras).

Já tentei sugerir que a capacidade de liderança dos alunos dos CEF fosse encaminhada no sentido de promover jogos tradicionais (ou não) junto dos mais novos ao que me foi explicado que estes CEFs não possuiam capacidade para esse projecto.

Espreitou outra hipótese quando foi votada a associação de estudantes da qual resultou vitoriosa uma turma que tinha tido no ano transacto. Propus-lhes a ideia só que ainda não vejo nada.

Lá se vai magoando um, outro. Vá, ao menos que não se matem!

PS: Hoje mesmo recebi um recadinho de mau comportamento do meu primogénito e pimba:! castigo: Nada de TV e extra TPC.

Carta de um recém-nascido a seus pais

Não tenham medo de serem firmes comigo.
Prefiro assim. Isto faz com que eu me sinta mais seguro.

Não deixem que eu adquira maus hábitos.
Dependo de vocês para saber o que é certo ou errado.

Não me corrijam com raiva, nem na presença de estranhos.
Aprenderei muito mais se me falarem com calma e em particular.

Não me protejam das consequências dos meus erros.
Às vezes eu preciso aprender pelo caminho áspero.

Não levem muito a sério as minhas pequenas dores.
Necessito delas para poder amadurecer.

Não me estraguem. Sei que não devo ter tudo o que peço.
Só estou experimentando vocês.

Não sejam irritantes ao corrigirem-me.
Se assim o fizerem, eu poderei fazer o contrário do que me pedem.

Não me façam promessas que não poderão cumprir depois.
Lembrem-se que isto me deixa profundamente desapontado.

Não ponham à prova a minha honestidade.
Sou facilmente levado a dizer mentiras.

Não me apresentem um Deus carrancudo e vingativo.
Isso me afastaria d'Ele.

Não desconversem quando faço perguntas.
Serei levado a procurar respostas na rua todas às vezes que não as tiver em casa.

Não se mostrem para mim como pessoas infalíveis.
Ficarei extremamente chocado quando descobrir um erro em vocês.

Não digam simplesmente que meus receios e medos são bobos.
Ajudem-me a compreendê-los e vencê-los.

Não digam que não me conseguem controlar.
Eu me julgarei mais forte que vocês.

Não me tratem como uma pessoa sem personalidade.
Lembrem-se que eu tenho o meu próprio modo de ser.

Não vivam a apontar-me os defeitos das pessoas que me rodeiam.
Isso irá criar em mim, mais cedo ou mais tarde, o espírito de intolerância.

Não se esqueçam que eu gosto de experimentar as coisas por mim mesmo.
Não queiram ensinar-me tudo.

Não tenham vergonha de dizer que me amam.
Eu necessito desse carinho e amor para poder transmiti-lo a vocês e aos outros.

Não desistam nunca de me ensinarem o bem, mesmo quando
eu parecer não estar aprendendo.

Insistam através do exemplo e, no futuro, vocês verão
em mim, o fruto daquilo que plantaram.

Não temos direito a 1ª página

Na pág 21, num minúsculo rectângulo, ao lado de uma manchete "Foi humilhado pela professora" (temos a fama nas ruas da amargura), lá estava a referência à nossa escolinha no Correio da manhã do dia seguinte 16 de Janeiro 2009.

No dia da greve, dia 19, mais uma ocorrência típica de guetos um rapto seguido pelo que mais se temia. Alertou família por mensagem e regressou ao fim da tarde, tendo sido levada pela PJ para interrogatório e exames médicos.

Para ouvir, ler e meditar.

Os putos fizeram gazeta

Ao regressar à escola, estranhei ver o parque automóvel vazio. que se passa? Perguntei a três meus alunos corajosos que ainda ali estavam.

-É uma bomba, setora! Mandaram-nos sair a todos, não pode lá entrar. Anda lá um cão da polícia!

Tal como haviam dito a polícia não me deixou entrar. Vi à porta do Pavilhão alguns membros do executivo e virei-me par o Vitor e disse na tanga:

-Vê lá, tem cuidado!

havia cerca de três jeeps e quando cheguei ao café perguntei ao Henrique (o dono):

-Então isto também vai explodir?

Respondeu qualquer coisa e reparei que ao balcão estavam duas moças, uma delas com uma máquina fotográfica com uma objectiva tão grande que evita o crachá identificativo de jornalista.

Aproveitei logo para fazer propaganda do que falta à nossa escola na esperança de recebermos atenção ao que me foi respondido que tudo o que publicam sobre o Ministério da Educação ou Dren tem tido repercussões nos tribunais.

Visto isto, perdi logo a esperança de serem ouvidas as minhas preçes. Terminei perguntando só de que jornal eram ao que responderam que eram do Correio da Manhã. Saírá amanhã?

O dia de Hoje

Hoje, foi mais um interminável dia de trabalho.
De manhã senti uma enorme tristeza ao ver a Carlinha, uma minha aluna de 10 aninhos a chorar piedosamente em direcção à enfermaria. Tinha partido os dois dentes da frente. Com esta idade são, com toda a certeza, já dentes definitivos. Partiu-me o coração. Provavelmente ganhará aquele trejeito, que em tempos também tive, de sorrir com a boca fechada ou tapando-a com a mão. Há cá pessoas com cada Karma... vá-se lá entender estas ocorrências... se tudo correr bem, talvez não seja tão afectada pelas tentações da puberdade e adolescência e se dedique mais aos estudos. Seja como for, não deixa de ser traumatizante e concerteza afectará a auto-estima da mais tímida e meiga menina do 5ºB.
Estive na Escola desde as 8:20 até ás 17:00, hora em que se deu início a mais uma sessão de uma acção de formação que frequento sobre Educação sexual. Estranhamente, interessou-me imenso o último 1/4 de hora em que passou a falar a psicóloga sobre os comportamentos dos jovens. Falou-se em ensinar-lhes as três formas de resolver um conflito: Agressividade, Assertividade e Passividade. Passei por um processo muito pessoal de introspecção e considerei até que, mais importante que a sexualidade no 5ºano, seria mesmo abordar seriamente estas três opções. Porque me parece que a socialização das massas dá-se efectivamente no 5º ano, passagem de um ensino monodocente em escolas com menos alunos, para a selva a que chamo uma EB23. E se, por um lado, aqueles que são agressivos, devem concluir que afastam colegas, também os passivos deverão chegar à mesma conclusão agravada com a perca da sua própria identidade e respeito. Ao sair ás 19h pensava ainda que essas dramatizações pontuais serão, doravante, uma preocupação pessoal no que concerne o arranjar tempo para elas dentro de uma aula tão híbrida como a minha.

Porquê, Carago?!

Estranho mundo em que vivemos.
Os que tudo têm, tudo desdenham.
Tanto se sofre neste mundo e outros... nem sabem o que isso é.
Que justiça é esta? A divina? Só se eu tivesse sido bem cruel na vida ou vidas passadas.
Não me regozijo com o sofrimento dos outros. Na verdade dói só de ouvir as suas desgraças. Dói mesmo. É algo que não controlo mas até devia evitar ouvi-las já que a dor é mesmo cortante. Só que, por estranho que pareça, faz-me ver o meu sofrimento como algo insignificante. Minimiza de facto as minhas angústias. Faz-me valorizar mais os que tenho e me amam transpirando saúde e fazendo traquiniçes.
Se por um acaso vos parecer lamechas, é porque sois dos tais felizardos que se portaram muito bem na outra vida... parabéns.
Como eu vos invejo...